A revolução da computação nas nuvens
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A revolução da computação nas nuvens
A revolução da computação nas nuvens
Por Raul de Oliveira
Depois da Web 2.0, os sites colaborativos que invadiram a internet, o assunto do momento virou "computação em nuvem", ou "cloud computing", no batismo original do termo, em inglês.
Centenas de empresas empenham esforços neste conceito, que começou a ser moldado na década de 60, mas que ganhou força realmente desde 2005 e caiu na boca do povo há um ano. Mas, você sabe o que é e como funciona a computação em nuvem?
Apesar da dificuldade em explicar, a coisa é mais simples do que parece. Em seu computador estão instalados dezenas de aplicativos: editores de texto, planilhas, comunicadores, games etc. Quando você abre um deles, o seu computador começa a trabalhar: cálculos são feitos de forma invisível e traduzidos de maneira gráfica, o processamento acontece.
Você digita aquele seu trabalho de escola ou planilha do trabalho, salva em seu disco rígido, envia por email e copia em seu pendrive. Tudo para garantir que ele esteja sempre com você. Qualquer esquecimento pode levar a uma grande dor de cabeça e às desculpas que muitas vezes acabam parecendo esfarrapadas. "Esqueci o arquivo no computador de casa" pode ser interpretado da forma correta ou como um novo "meu cachorro comeu o meu dever", ou seja, uma mentira eslavada.
Com a computação nas nuvens isso começa a mudar. Em vez de vender um software como acontece hoje, uma empresa pode disponibilizá-lo online. Desta forma, você poderia criar e editar textos e planilhas, salvá-los online e acessá-los a qualquer momento para ler, imprimir e alterar de qualquer lugar em que exista um computador e uma conexão
à internet.
Todavia, o conceito não morre nisso. Ao contrário do que acontecia quando você abria seu editor de textos, o processamento não é feito em seu computador, mas sim com o de um servidor onde a aplicação está instalada. Todo trabalho do seu computador está em rodar o navegador, que muitas vezes é bem mais leve que um pacote Office, por exemplo.
Além do usuário comum, a computação nas nuvens beneficia empresas que, em vez de precisar de grandes centros de servidores, podem rodar seus aplicativos mais pesados com ajuda de empresas dedicadas à computação em nuvem, poupando custos com energia elétrica, backup e manutenção de máquinas pesadas.
Esta "sub-locação" de processamento tem um benefício gigantesco para o usuário final e afeta também os fabricantes de hardware. Uma vez que o processo aconteça em servidores remotos, cada vez menos os usuários precisarão passar pelo ritual do upgrade ou da troca de computador para utilizar softwares mais recentes.
Alternativas começam a surgir e ser testadas inclusive no campo dos jogos, notadamente um dos setores que mais impulsiona o upgrade de máquinas. Empresas como a OnLive prometem games nas nuvens, com a parceria de grandes distribuidoras de jogos. Mediante uma mensalidade, o usuário poderá alugar os últimos lançamentos sem se preocupar se possuem ou não a placa de vídeo mais poderosa do mercado.
Não se sabe, todavia, como se comportarão nossas limitadas conexões banda larga neste atual modelo, mas é interessante ver a mudança que a computação em nuvens provocará por aqui também.
Para conferir na prática
Alguns serviços já se utilizam do modelo de computação nas nuvens. O mais famoso deles é o Google Apps, que traz entre suas aplicações um editor de textos, um processador de planilhas e um criador de apresentações. Embora não substitua grandes pacotes como as suítes Office, é compatível com seus formatos e uma alternativa viável para editar arquivos recebidos por email ou criar documentos em máquinas que não possuam tais softwares instalados.
A Microsoft, por sua vez, possui o Live Mesh, um serviço que permite backup remoto, compartilhamento de arquivos e o mais interessante: uma pasta virtual, acessível a partir da área de trabalho do computador em uso em que um pequeno software esteja instalado.
Porém as duas estão longe de serem as únicas empresas de grande porte a realizar pesquisas e experimentos em computação nas nuvens. A loja virtual Amazon, por exemplo, possui o S3 e a EC2, sistemas de armazenamento e processamento de grande porte, que são sublocados para outras empresas e serviços web. Outras companhias como a IBM, a HP e a Sun investem em pesquisas e infraestrutura para o setor.
Previsão de tempestade
Principalmente nesse início, a computação nas nuvens levanta questões importantes que não devem ser deixadas de lado, principalmente no que concerne a privacidade e a segurança dos dados.
O backup, por exemplo, passará a ser realizado pelas empresas prestadoras do serviço, o que exige cautela e a certeza de que além de ser feito, a política de backup do prestador inclua a cópia dos dados em mais de um local.
Muitas vezes, empresas espalham seus servidores em diversos locais,
longe do conhecimento do próprio usuário ou cliente, o que traz um problema pequeno para o usuário comum, mas uma preocupação necessária para médias e grandes empresas. Dados armazenados em outro país estão sujeitos a outra legislação, o que acarreta em mudanças jurídicas e até mesmo na possibilidade da quebra do sigilo dos dados armazenados.
A velocidade com que empresas surgem e desaparecem, se fundem ou se vendem também exige a necessidade de garantia do acesso aos dados em qualquer eventual término da prestação de serviço.
Em um relatório recente, a Gartner comentou que é necessária a pressão por parte dos consumidores pela transparência quanto a estes temas relacionados à segurança e privacidade de quaisquer dados armazenados remotamente. Nem tudo é beleza na computação nas nuvens e o tempo pode fechar, contudo a maturidade deste tipo de conceito em breve trará a segurança necessária para que ele prospere ainda mais rapidamente.
Por Raul de Oliveira
Depois da Web 2.0, os sites colaborativos que invadiram a internet, o assunto do momento virou "computação em nuvem", ou "cloud computing", no batismo original do termo, em inglês.
Centenas de empresas empenham esforços neste conceito, que começou a ser moldado na década de 60, mas que ganhou força realmente desde 2005 e caiu na boca do povo há um ano. Mas, você sabe o que é e como funciona a computação em nuvem?
Apesar da dificuldade em explicar, a coisa é mais simples do que parece. Em seu computador estão instalados dezenas de aplicativos: editores de texto, planilhas, comunicadores, games etc. Quando você abre um deles, o seu computador começa a trabalhar: cálculos são feitos de forma invisível e traduzidos de maneira gráfica, o processamento acontece.
Você digita aquele seu trabalho de escola ou planilha do trabalho, salva em seu disco rígido, envia por email e copia em seu pendrive. Tudo para garantir que ele esteja sempre com você. Qualquer esquecimento pode levar a uma grande dor de cabeça e às desculpas que muitas vezes acabam parecendo esfarrapadas. "Esqueci o arquivo no computador de casa" pode ser interpretado da forma correta ou como um novo "meu cachorro comeu o meu dever", ou seja, uma mentira eslavada.
Com a computação nas nuvens isso começa a mudar. Em vez de vender um software como acontece hoje, uma empresa pode disponibilizá-lo online. Desta forma, você poderia criar e editar textos e planilhas, salvá-los online e acessá-los a qualquer momento para ler, imprimir e alterar de qualquer lugar em que exista um computador e uma conexão
à internet.
Todavia, o conceito não morre nisso. Ao contrário do que acontecia quando você abria seu editor de textos, o processamento não é feito em seu computador, mas sim com o de um servidor onde a aplicação está instalada. Todo trabalho do seu computador está em rodar o navegador, que muitas vezes é bem mais leve que um pacote Office, por exemplo.
Além do usuário comum, a computação nas nuvens beneficia empresas que, em vez de precisar de grandes centros de servidores, podem rodar seus aplicativos mais pesados com ajuda de empresas dedicadas à computação em nuvem, poupando custos com energia elétrica, backup e manutenção de máquinas pesadas.
Esta "sub-locação" de processamento tem um benefício gigantesco para o usuário final e afeta também os fabricantes de hardware. Uma vez que o processo aconteça em servidores remotos, cada vez menos os usuários precisarão passar pelo ritual do upgrade ou da troca de computador para utilizar softwares mais recentes.
Alternativas começam a surgir e ser testadas inclusive no campo dos jogos, notadamente um dos setores que mais impulsiona o upgrade de máquinas. Empresas como a OnLive prometem games nas nuvens, com a parceria de grandes distribuidoras de jogos. Mediante uma mensalidade, o usuário poderá alugar os últimos lançamentos sem se preocupar se possuem ou não a placa de vídeo mais poderosa do mercado.
Não se sabe, todavia, como se comportarão nossas limitadas conexões banda larga neste atual modelo, mas é interessante ver a mudança que a computação em nuvens provocará por aqui também.
Para conferir na prática
Alguns serviços já se utilizam do modelo de computação nas nuvens. O mais famoso deles é o Google Apps, que traz entre suas aplicações um editor de textos, um processador de planilhas e um criador de apresentações. Embora não substitua grandes pacotes como as suítes Office, é compatível com seus formatos e uma alternativa viável para editar arquivos recebidos por email ou criar documentos em máquinas que não possuam tais softwares instalados.
A Microsoft, por sua vez, possui o Live Mesh, um serviço que permite backup remoto, compartilhamento de arquivos e o mais interessante: uma pasta virtual, acessível a partir da área de trabalho do computador em uso em que um pequeno software esteja instalado.
Porém as duas estão longe de serem as únicas empresas de grande porte a realizar pesquisas e experimentos em computação nas nuvens. A loja virtual Amazon, por exemplo, possui o S3 e a EC2, sistemas de armazenamento e processamento de grande porte, que são sublocados para outras empresas e serviços web. Outras companhias como a IBM, a HP e a Sun investem em pesquisas e infraestrutura para o setor.
Previsão de tempestade
Principalmente nesse início, a computação nas nuvens levanta questões importantes que não devem ser deixadas de lado, principalmente no que concerne a privacidade e a segurança dos dados.
O backup, por exemplo, passará a ser realizado pelas empresas prestadoras do serviço, o que exige cautela e a certeza de que além de ser feito, a política de backup do prestador inclua a cópia dos dados em mais de um local.
Muitas vezes, empresas espalham seus servidores em diversos locais,
longe do conhecimento do próprio usuário ou cliente, o que traz um problema pequeno para o usuário comum, mas uma preocupação necessária para médias e grandes empresas. Dados armazenados em outro país estão sujeitos a outra legislação, o que acarreta em mudanças jurídicas e até mesmo na possibilidade da quebra do sigilo dos dados armazenados.
A velocidade com que empresas surgem e desaparecem, se fundem ou se vendem também exige a necessidade de garantia do acesso aos dados em qualquer eventual término da prestação de serviço.
Em um relatório recente, a Gartner comentou que é necessária a pressão por parte dos consumidores pela transparência quanto a estes temas relacionados à segurança e privacidade de quaisquer dados armazenados remotamente. Nem tudo é beleza na computação nas nuvens e o tempo pode fechar, contudo a maturidade deste tipo de conceito em breve trará a segurança necessária para que ele prospere ainda mais rapidamente.
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